sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Arames Farpados

(Para Liz Franklin)

Morro mais de mim que
morro de deles.
By Emir Bemerguy

Dispostos a uma lágrima
de tênue alicate
os arames farpados
(pétalas escamadas
que saqueiam estômagos desditos)
criam o suplício
que preciso desobrigar-me,
criam o oceano
que a palavra não vê.

Vem as enxurradas
elásticas, escolásticas
estilísticas e
carregam
o vazio.

Mas
onde foi parar
a poesia marginal de “Nikolaus Von Behr”
e seu iogurte com farinha?

O poeta
resignado recolhe a lama
e se suborna maldizendo
as rugas
da lavra sem organismo.

Sem ruptura
rege o frenesi
sem paradoxo nem logro
e não aflige o diamante,
sofre...

Punge até caber:
estigma
incorruptível
faz do poema
combustão.

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