sábado, 17 de janeiro de 2009

Biografia

Sou poeta quase. Possibilista. Através deste blog faço-vos beber algumas gramas de veneno. Poesias de vida e morte. Algumas inéditas. Outras repaginadas e publicadas noutros sites de literatura que eu colaboro regularmente. Enfim, ofereço-vos "Poesias Verdes Fritas" - leia-se nitroglicerina pura. Pronta para explodir o mundo.

Benny Franklin

► Atividades culturais:

* Cônsul de Belém de "Poetas del Mundo". Poetas del Mundo é uma entidade internacional, com sede em Santiago - Chile, dirigido pelo seu fundador Poeta Luiz Árias Manzo e, no Brasil, pela Poetisa Delasnieve Daspet, está presente em mais de 100 (cem) países, e tem se empenhado na divulgação da poesia como fator de integração mundial e na promoção da paz e da solidariedade entre os povos.

* Colaborador dos Sites de Cultura "Ver-O-Poema", "Poema Dia" e "Overmundo", este, patrocinado pelo Governo Federal.

► Consagração Literária:

* Prêmio AP de Literatura 2006 com a Obra Poética "Exame de Consciência", Assembléia Paraense, Belém-Pa.

* Poeta selecionado com a Obra Poética "Poema Verdadeiro" para o Projeto Pão & Poesia, Belo Horizonte, MG.

► Entrevista:

* Leia Veneza Brasileira

► Homenagem recebida em forma de poema, de um grande amigo.

* Carpe Diem
(Poema de Rubênio Marcelo, poeta, cantor e membro da Academia Sulmatogrossense de Letras)

Versos depoesia Minha

Roubam-se gentes.
Cristais refletem-se no asfalto
e conjugam verbos de poesia minha
— a tropa
e os armamentos perfilam-se
no retropasso.

Emir Bemerguy

Regurgito
estampidos de revolveres,
Bebo
o vago da aurora
e o condomínio do medo
fode a lonjura como se cresse,
ou mesmo manufaturasse velcro
de partida
levedado por sepulturas
de igrejas.

(Os homens
ainda continuam de fraudas
e alcançam o parapeito
da fome ao primeiro rejeito
da mama que corta a língua
à frente dos asteróides de fuligens pálidas,
à frente do pingo ácido
na relva,
à frente do salteador
que é rápido
à frente da polícia)

Tal como um herói
que não se trai
na antes-morte,
cruzo
aéreo
os arranha-céus de São Paulo:
é cinza-primavera
o lodo que os cobrem,
ou mesmo cru-inverno
os sorrisos sem graça
e deparo
a poesia perfurada à bala
de beiços tremidos
sobre os bueiros.

Arco de Pua

Haste de ipê!
- Sou o torniquete que deforma o medo.
Supérflua miragem de mim mesmo a planar
num tempo disposto em lasso-pêndulo.

O ir-vir da saliva em movimento
que encabula a língua e regenera
a face-fala do mormaço
- a respirar-me.
..................

Homens idos!
Oh! Fulcros da antemanhã vencida.
Despressurizai-vos do bolor da partida.

By Emir Bemerguy

O penúltimo cheiro
que vos atormenta em cópula
requer a vulva-eternidade da mana-pérola.

E não é verdade
(o fêmeo fecho-éclair da aurora
manipula o aroma do silêncio e depois crucifica-se em galho...)
que o ente-soluço da palavra quebranta
ou esmorece o fogo do ás-prazer...

Ai! Confesso-vos que apenas a verdade é completa
quando a libido do olhar termina arqueada
feito trago em confinamento copulado.

- Tal a passagem e lamento da borda escamada.
- Tal o excremento do homem-pássaro que decodifica
o sol-poema com ânsia de desvirginar a roseira em broto
a cortejar-me, me engajar!
..................

A acriançada parábola do espinho
martiriza-me.
Oh! Espírito folgazão
aqui jaza o meu corpo diluído:
corte raso e súplica talhante,
o arco de pua que fere e amola.

Ai! Por que “ter fé” e por que “duvidar”
que existe um “louco-vazio”
a (nos) confundir?

Por quê?

Longe é um Deus que não existe.
Epicentro da tempestade - é!...
Criatura nascida do nada - é!...
Lobo mofomanufaturado
que pende, goza e poeta
mas que em seguida
me enjoa.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Arames Farpados

(Para Liz Franklin)

Morro mais de mim que
morro de deles.
By Emir Bemerguy

Dispostos a uma lágrima
de tênue alicate
os arames farpados
(pétalas escamadas
que saqueiam estômagos desditos)
criam o suplício
que preciso desobrigar-me,
criam o oceano
que a palavra não vê.

Vem as enxurradas
elásticas, escolásticas
estilísticas e
carregam
o vazio.

Mas
onde foi parar
a poesia marginal de “Nikolaus Von Behr”
e seu iogurte com farinha?

O poeta
resignado recolhe a lama
e se suborna maldizendo
as rugas
da lavra sem organismo.

Sem ruptura
rege o frenesi
sem paradoxo nem logro
e não aflige o diamante,
sofre...

Punge até caber:
estigma
incorruptível
faz do poema
combustão.